João, havia recebido a notícia há aproximadamente 7 meses. Na altura tinha ficado muito apreensivo e angustiado. Desde então a sua vida pouco tinha mudado. Foi uma promessa que João fez a si próprio. O dia a dia mantinha-se. De casa para o trabalho e do trabalho para casa.
A única alteração era a ida mensal ao médico, onde ia saber se estava tudo bem e se a evolução estava a ser a melhor para aquela situação. O dia que antecedia a ida à consulta era sempre o mais angustiante do mês. Será que iria haver uma notícia desagradável nessa consulta? Será que teria mais um mês de descanso?
A verdade é que, tudo tinha corrido sempre bem. Sempre que saía do consultório da médica, o seu alívio era notório e a sua face estava descontraída.
Mas hoje, sete meses depois da notícia, e por ser tão repentino, João está muito nervoso, extremamente nervoso, aliás. Algo dentro de si diz-lhe para estar alerta, vai acontecer alguma coisa de errado neste dia.
João encosta-se à parede exterior do hospital e fuma o 10º cigarro do dia. Treme de medo, ansiedade, nervos.
Absorto nos seus pensamentos, quase nem viu chegar a médica de bata branca. Mal se apercebe da sua presença o seu coração salta, estala dentro do seu peito.
Mas a médica vem com um sorriso nos lábios, e diz-lhe:
- Parabéns João, acabou de ser pai dum belo rapaz de 4 kg. Filho e mãe estão bem, se quiser pode ir vê-los.
Afinal tinha corrido tudo bem. Não havia razão para estar tão nervoso. Mas e agora? O que iria fazer? Seria este, como dizem, o dia mais feliz da sua vida? João entra, pela primeira vez no hospital, como pai. Vai conhecer o seu filho. Repentinamente, uma sensação de felicidade invade-lhe o peito. Respira fundo. Com um sorriso aberto entra no quarto. É, sem dúvida alguma, este, o dia mais feliz da sua vida.
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